domingo, 7 de fevereiro de 2010

Fim de férias

Cada dia mais me convenço de que algumas almas não são adeptas ao conforto de uma vida que pára. Num lugar, um emprego, um amor, uma família. Precisam dos altos, dos baixos, dos muitos e poucos amores. Até da falta de dinheiro. Querem os muitos lugares, não se conformam com a condição de estar sempre no mesmo paralelo-meridiano – ainda que tenham aprendido a caminhar devagar para olhar o entorno. Não conseguem viver no aqui, nem no ali. Têm que ir e vir sempre. Vão e retornam. Projetam sonhos, mas vivem de uma doce melancolia de um tempo que se foi. É que até o presente, sem o lá e o cá entre passado e futuro, cansa.

Angelus Novus, Paul Klee