O raciocínio foi interrompido em segundos, pelo som da porrada, um murro, um soco, algo de desnecessário. A namorada ainda tentou dizer “pára”, mas já era tarde: era o fim do show para alguém. Ele até seguiu caminho, mas sem a mesma alegria, sem a mesma euforia. Ao redor todos se olhavam, por segundos talvez se questionassem sobre o que havia acontecido, mas logo retornavam ao seu “lugar” contemplativo. Num mundo cada vez mais cínico, em que os seres humanos se colocam como centro único de suas necessidades, e conseqüentemente, de suas prioridades. Vale a lei do mais forte. O fato é que definir o imprescindível, o necessário num mundo onde tudo é mercantilizado, se tornou tarefa das mais difíceis. Deixamos de ser indivíduos, para sermos individuais, algo ligado mais a um sentimento de egoísmo, do que a uma idéia de singularidade propriamente dita. E neste caso, onde o individual é o que conta, o vale tudo para manter o “seu espaço” se torna a regra.
obs.: a foto é meramente ilustrativa
