Fonte: Cida de Oliveira, Rede Brasil Atual, em 22/09/2012.
Foto: Roberto Parizotti
Com a ampliação do atendimento público à saúde mental, os negros estão tendo mais acesso ao tratamento psicológico. No entanto, os psicólogos não estão preparados para atendê-los
São Paulo – O racismo historicamente imposto à população negra no Brasil é a principal causa do sofrimento psíquico, que afeta muito mais os negros do que os brancos. O alerta foi feito pela cineasta carioca Janaína Oliveira, mais conhecida como Re.Fem, militante do movimento negro e Hip Hop e consultora de entidades do setor durante sua participação na 2ª Mostra Nacional de Práticas em Psicologia, realizada em São Paulo.
O evento, que termina amanhã (22), celebra os 50 anos da regulamentação da psicologia como profissão no Brasil. O objetivo de sua palestra foi sensibilizar os psicólogos para um atendimento mais adequado a essa população, que aos poucos passa a ter acesso a esses profissionais que cada vez mais atuam em serviços públicos de saúde mental, como os Centros de Atendimento Psicossocial (CAPs).
Para a cineasta Janaína Oliveira, o racismo atrapalha o acesso à saúde, à educação e ao mercado de trabalho |
A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, promulgada em 2008, é referência para políticas públicas do setor. Segundo o documento, os negros têm o direito ao atendimento psicológico permanente do nascimento ao envelhecimento. “Muito embora os movimentos negros comecem a fortalecer a luta por esses direitos, eles ainda nem começaram a sair do papel”. No evento, Janaína recebeu o prêmio Paulo Freire, que reconhece o trabalho de pessoas que se dedicam à defesa dos direitos humanos.