Hoje foi um dia mais triste, ainda que em Vitória a temperatura de 35 graus não deixasse espaço para melancolismos. O fato de saber que 100 mil pessoas podem ter morrido no Haiti, vítimas do terremoto que abalou o país na última terça-feira (12) – o maior dos últimos 200 anos – deixa o tempo, já quente, mais árido. O corpo se cansa, os ombros pesam, mistura de tristeza e consternação.
Haiti, país tão longe e ao mesmo tempo tão perto do Brasil. Milhares de brasileiros moram lá em virtude, especialmente, da controversa missão de estabilização da ONU que está no país desde 2004 (a Minustah). São soldados do exército, marinha, e também enfermeiros, médicos, jornalistas, ativistas dos direitos humanos, membros do governo, embaixadores etc etc etc.
Pouco sabemos sobre esse país, que viu, ao longo de sua história, a face mais violenta da barbárie: décadas de ditaduras, genocídios, intervenções de intenções nada nobres, e a “velha e boa” exploração capitalista. Sim, é preciso lembrar que os Estados Unidos ocuparam o país quando esse tentava se erguer e se recuperar dos séculos de colonialismo (espanhol e francês) anteriores.
Episódios de catástrofe como essa, que abalam um país tão pobre como esse, fazem o tempo realmente mudar na gente, tudo parece mais intenso. Ou como disse uma colega no almoço “faz pensar que vivemos bem, numa vida relativamente mais confortável”. Apenas espero que o sentimento de viver melhor para nós mesmos não nos desobrigue da tarefa de ajudar a construir um mundo melhor também para os outros, aqui, no Haiti, ou em qualquer outro lugar.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
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