Apesar do crescimento verificado entre os anos de 1985 e 2005, peças publicitárias continuam a retratar o negro a partir de estereótipos desabonadores, conclui o pesquisador Carlos Martins, em sua dissertação de mestrado defendida na Escola de Comunicações e Artes
Se pensarmos que os negros compõem a maior parte da população brasileira, somando cerca de 50% do total, como aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (PNAD/2007*), poderíamos concluir que as peças publicitárias veiculadas em meios de comunicação – sejam eles eletrônicos ou impressos – deveriam dedicar-se a contemplar a figura do negro ora como cidadão (em peças públicas e sociais), ora como consumidor (em peças comerciais). Não é exatamente o que acontece.
A conclusão é da pesquisa de mestrado Racismo Anunciado: o negro e a publicidade no Brasil (1985-2005), defendida na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP) pelo pesquisador Carlos Augusto de Miranda e Martins. Ele quantifica e interpreta 1.158 anúncios publicitários publicados em 60 exemplares da revista Veja num intervalo de 20 anos, contados de cinco em cinco (1985, 1990, 1995, 2000 e 2005).
Dos 1.158 anúncios, apenas 86 apresentavam a figura do negro, ou seja, 7% do total. A pesquisa identificou que houve um crescimento de 10% no número de peças publicitárias nas quais algum negro aparece. A percentagem que era de 3% em 1985 chegou a 13% em 2005. Apesar do crescimento, considera Carlos Martins, trata-se de “uma mudança muito tímida para 20 anos, principalmente se você pensar que esses 20 anos foram marcados por forte atuação do movimento negro”, afirma.
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segunda-feira, 15 de março de 2010
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